Alergia a leite de vaca e intolerância a lactose são diferentes - Saiba mais

É grande a confusão entre os termos ‘intolerância a lactose’ e ‘alergia ao leite de vaca’, já que as duas condições implicam a necessidade de evitar o consumo de alimentos que contenham leite e, frequentemente, seus derivados. Porém, existem diferenças importantes entre as duas doenças. Enquanto a alergia tem baixa prevalência e acomete preferencialmente as crianças, a intolerância é muito frequente e envolve mais os adultos.

 A alergia está relacionada à proteína do leite e a intolerância
está ligada ao açúcar do leite, que é a lactose

Intolerância

A intolerância a lactose é um distúrbio decorrente da dificuldade ou incapacidade de digerir o açúcar do leite (lactose) pela enzima lactase, que está nas células do intestino. Existem causas congênitas, quando o indivíduo nasce sem a capacidade de produzir a lactase; causas adquiridas, como após infecções intestinais, quando há uma diminuição da produção da enzima; e ainda a redução fisiológica de lactase à medida que ocorre o desmame, de forma que os adultos terão menos enzima e passarão a tolerar menor quantidade de leite do que as crianças.

De acordo com a médica gastroenterologista e hepatologista pediátrica Stephania Medina de Andrade Socio, a tolerância a leite e derivados é determinada pela quantidade de lactase presente no intestino. “Por isso, muitas vezes identificamos pessoas que toleram bem leite e derivados até determinada quantidade. Se ultrapassam o seu limite de digerir a lactose, apresentam sintomas indesejáveis, como diarreia, dor abdominal, excesso de gases e distensão abdominal, sem sangramento nas fezes e sem muco”, afirma a especialista.

Alergia

Já a alergia ao leite de vaca se dá por um processo imunológico contra a proteína do leite. Nesse caso, até um bebê em aleitamento materno exclusivo pode apresentar o problema, já que a proteína do leite ingerido pela mãe passa para ele por meio da amamentação. Mesmo assim, segundo Stephania Socio, o desmame precoce não é recomendado, e o tratamento indicado é retirar toda a proteína do leite de vaca da dieta da mãe.

Os sintomas da alergia podem ser reações cutâneas (dermatite atópica e urticária); gastrintestinais (edema e prurido de lábios, vômitos e diarreia); respiratórias (asma e rinite) e reações sistêmicas graves como o choque anafilático. Os indivíduos que apresentam o problema também podem ter quadros de proctite (inflamação do ânus e/ou do reto) e doenças do trato intestinal com sangramento nas fezes.

  Na produção de diversos alimentos, existem traços de leite
ou derivados. Por isso, é essencial ler atentamente os rótulos  

Diagnóstico

Todo diagnóstico precisa iniciar com uma anamnese detalhada e um exame físico realizado por um especialista. Porém, nenhum exame é definitivo, se feito isoladamente.

Para o diagnóstico da intolerância, existem exames como teste de tolerância a lactose e teste respiratório do hidrogênio expirado. Para alergia à proteína do leite de vaca, estão disponíveis exames de sangue, testes cutâneos que avaliam a sensibilização aos alérgenos e os testes de provocação oral. “Esses são considerados os únicos métodos fidedignos para se estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar”, afirma Stephania Socio.

 Verduras de folhas verdes, feijão, ervilha,
tofu, salmão, sardinha e ovos são ótimas fontes de cálcio

Tratamento

O tratamento da alergia é a retirada da substância alergênica, ou seja, da proteína do leite. Nesse caso, o paciente deve evitar ter contato com alimentos e condimentos que contenham traços de leite. Por isso, é essencial ler não só os rótulos dos alimentos para saber qual é a composição do produto, mas também a bula dos remédios, porque vários deles incluem lactose em sua fórmula. “Quando se trata de lactentes em aleitamento materno é imperativo que a mãe faça a dieta de exclusão rigorosa”, alerta a médica.

No mercado, existem diversas fórmulas infantis adequadas para atender às necessidades das crianças com alergia à proteína do leite, que deverão ser prescritas por um pediatra ou gastropediatra após criteriosa avaliação.

Já o tratamento da intolerância a lactose é bem individualizado, pois varia de acordo com a quantidade de enzima presente no organismo de cada indivíduo. “Hoje, já é possível comprar a enzima lactase na forma de sachês, que podem ser usados em alimentos com lactose. Isso melhora a vida social dos portadores desse distúrbio”, diz a especialista.

*O plano de saúde da Amagis conta com profissionais e clínicas especializadas. Acesse o link “Rede Credenciada” no site. A cobertura dos procedimentos segue recomendações da Agência Nacional de Saúde (ANS).