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Conheça os riscos da mistura álcool e energético

20 de Fevereiro de 2017 às 16h30

Álcool e energético. Uma combinação bastante conhecida, mas também muito perigosa. A mistura é facilmente encontrada em festas, shows e eventos. No período de carnaval, por exemplo, a oferta dessa bebida será grande. Por isso, o Blog da Saúde faz um alerta aos foliões: essa mistura pode ser perigosa e causar sérios problemas de saúde.

Bebida

Priscila Guimarães, correspondente bancária que vive em Brasília, é uma entre várias pessoas que tiveram reações devido o consumo de álcool com energético. Em outubro do ano passado, após ingerir três copos durante uma festa, começou a passar mal. “Isso foi em um sábado à noite. No outro dia fiquei me sentindo cansada e fraca, mas não me preocupei. Na segunda piorou. Estava cansada, e chegou um momento que eu estava fazendo muito esforço para respirar”, lembra. Além disso, conta que os batimentos cardíacos ficaram fracos. 

Depois disso, a brasiliense nunca mais repetiu a mistura, principalmente por já ter histórico com problemas cardíacos. O diretor médico do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) e médico intensivista, Rodrigo Biondi, explica que antes de entender o que aconteceu com Priscila, é preciso entender como o álcool e o energético atuam no nosso corpo. “O álcool tem uma etapa que provoca excitação, e depois vai provocar depressão do sistema nervoso central. Em qualquer quantidade, ele diminui os reflexos. Já as bebidas energéticas contêm várias substâncias que possuem uma quantidade muito grande de cafeína, e uma quantidade de outras substâncias como taurina e outros estimuladores do sistema nervoso central”, explica.   

O médico também conta que quando ingerimos álcool e energético, durante a etapa da depressão, há um pouco de sonolência. O energético disfarça essa sonolência, e a pessoa tem uma falsa sensação de que o álcool não está fazendo efeito. Mas os efeitos estão principalmente na redução dos reflexos, que acontece com qualquer dose de álcool, e aumenta na medida do consumo. “Isso causa um problema sério, pois as pessoas vão continuar bebendo cada vez mais”.

Outro efeito que acontece principalmente por conta do energético isolado, e não tem tanta potencialização do álcool, é a arritmia. Em algumas pessoas suscetíveis, pode não haver sintoma prévio, e em casos de pessoas completamente saudáveis, quando há exposição a uma situação ou alguma substância, algum sintoma pode se manifestar. “O energético pode aumentar a frequência cardíaca, a pressão arterial, e aí esse feitos podem desencadear outro problema como uma arritmia cardíaca, ou até um rompimento de um aneurisma cerebral que a pessoa já tinha, mas estava bem controlado”, explica o médico Rodrigo Biondi.

A correspondente bancária, Priscila Guimarães, ainda relata que já havia feito a ingestão de álcool com energético outras vezes. Biondi explica que a falta de ar relatada pode estar relacionada à alteração cardíaca e à arritmia, que é a frequência irregular dos batimentos e a frequência do consumo. “Se a pessoa bebe a mistura muitas vezes, a aceleração do coração fica crônica, e a velocidade de batimento vai acabar enfraquecendo a capacidade do sangue do coração de mandar sangue para frente. Além disso, a arritmia pode enfraquecer o coração, e dar desmaio, falta de ar, tontura e dor no peito”.

FICANDO ATENDO AOS SINAIS – Em casos de sintoma de arritmia, o indivíduo vai sentir uma palpitação e aceleração do coração como se houvesse uma batedeira dentro do peito. Nesse caso, a busca por uma emergência ou hospital mais próximo deve ser imediata.

Outro sintoma, que é a excitação, perda do sono e o aumento da vigília, apesar de ser o sintoma desejado quando há o consumo de energéticos, pode ser prejudicial. É aí que mora o perigo, pois vai mascarar o alerta vermelho de que a pessoa já ingeriu mais álcool do que deveria. “Um grande problema do energético é essa falsa sensação de que você não bebeu demais e que está bem. Mas os reflexos necessários para algumas atividades, como por exemplo dirigir, não são os mesmos e estão alterados”, diz Biondi.

Além disso, ao sentir qualquer um dos sinais citados anteriormente, procure uma Unidade de Saúde para avaliação e encaminhamento.

MENOS É MAIS – Em relação à quantidade para consumo, o diretor médico do Instituto de Cardiologia do DF explica que não há uma quantidade mínima ou recomendada para ingestão da mistura. “Existe uma ponderação universal de que tudo em excesso faz mal. Mas o álcool com energético é um conjunto de substâncias que altera demais o funcionamento do corpo. Então é uma combinação que não deve ser utilizada”.

Apesar de muitos dos problemas causados pela mistura serem passageiros , alguns deles podem persistir para o resto da vida. “Para quem toma com frequência, e quantidades elevadas, esses problemas podem surgir anos depois. Problemas cardíacos, por exemplo, podem surgir, dois, três, ou até mesmo 10 anos depois”, alerta Biondi.

RISCOS NA DIREÇÃO – Outro alerta muito importante para esta época de Carnaval é lembrar dos riscos que envolvem direção e o uso de álcool. Principalmente a combinação álcool e energético, que é extremamente perigosa, pois da à falsa sensação de que há aptidão para dirigir. O médico Rodrigo Biondi ainda chama a atenção para a segurança durante as festas. “O uso do energético mascara o efeito do álcool e a pessoa se sente bem para pegar um carro depois de uma balada, ou festa de carnaval. Mas não é só a vida dela que pode ser prejudicada, mas a vida de várias outras pessoas também”.

 

Fonte: Ministério da Saúde

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